sábado, 17 de outubro de 2009

Governadores apoiam redução de gases-estufa

Por Catarina Alencastro

Minc comemora aval político para meta do Meio Ambiente a ser apresentada em Copenhague


BRASÍLIA. Ganhou ontem o apoio de todos os governadores da Amazônia Legal a proposta do Ministério do Meio Ambiente de o Brasil estabilizar suas emissões de gases-estufa até 2020 com relação ao que era emitido em 2005. Embora a meta ainda esteja sendo avaliada por outros setores do governo, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, comemorou o aval político. Os nove governadores da região se encontraram ontem, em Macapá, com Minc, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Daniel Vargas, além do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado.

- Consegui o apoio dos governadores para a nossa tese de estabilizar as emissões. Governo federal e governos estaduais vão juntos para Copenhague falar grosso - disse Minc.

Ontem, o negociador-chefe do Brasil sobre mudanças climáticas, Luiz Alberto Figueiredo, disse que o Brasil vai defender na reunião em Copenhague que os ricos doem de 0,5% a 1% de seu PIB, o que geraria recursos anuais de cerca de US$ 400 bilhões por ano. O embaixador não quis comentar como andam as negociações no governo em torno da posição que o Brasil vai apresentar na Cúpula da ONU sobre Mudanças Climáticas, mas voltou a dizer que o país terá um número para levar e que será uma posição avançada.

- Nós vamos agir de forma ambiciosa e sólida, mas também vamos cobrar que os outros façam isso - disse.

Segundo ele, se o país conseguir se comprometer internacionalmente em reduzir em 20% seu crescimento de emissões de CO2 em 2020, já é uma grande meta. Entre os cenários apresentados pelo Ministério do Meio Ambiente ao presidente Lula, tal redução aparece em um cenário intermediário. O mais avançado, de estabilizar as emissões, significaria uma redução da ordem de 40%.

Enquanto decide o que estará disposto a fazer, o governo brasileiro já fechou, junto com o G77, o que vai cobrar dos países ricos. O consenso é que o corte das emissões dos ricos tem que ser de 40%. O número é o teto do que recomenda o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), braço científico da ONU. Até agora, com base nas metas já apresentadas pelos países desenvolvidos, a redução será de 11% a 17% em 2020, bem abaixo do que desejam os emergentes e os cientistas das Nações Unidas.

Com relação ao único ponto consensual do governo, o de reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia até 2020, Figueiredo disse que caso Copenhague não feche um acordo sobre financiamento, a meta brasileira continua valendo. Ele diz que o governo brasileiro não trabalha com a possibilidade de não haver acordo em Copenhague: - Para o Brasil existe só um plano A, que é ter um resultado robusto - afirma.

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